Olá meus caros!
Para inaugurar o blog de minha querida mãe vou postar um poema de 'O Guardador de Rebanhos', um fantástico conjunto de 49 poemas escrito por Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa.
Escolhi este poema porque sempre que leio me lembro dela, uma metamorfose ambulante, mas sempre a mesma.
XXIX
Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os meus pés -
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma...
Feliz blog novo mãe.
Victória Macena
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